Em favor da primeira joga a convicção de que para ser um bom gestor é preciso ser professor, conhecer os modos de exercício da actividade educativa, possuir uma experiência directa e pessoal da relação pedagógica. É este conhecimento directo e vivencial que é essencial para bem gerir uma escola (ainda que a ordem normativa admita que a formação especializada seja uma mais valia, embora não a exija – bastará a experiência).
Em favor da hipótese de uma profissionalização da gestão das escolas e inerente criação de carreira de administrador escolar podem ser mobilizados os seguintes argumentos: gerir uma escola é um processo complexo que exige conhecimentos específicos não bastando a experiência docente; havendo um objecto específico (planear, coordenar, orçamentar, decidir, liderar, avaliar…) faz todo o sentido criar um ‘ofício’ próprio, uma carreira, de modo a potenciar todo o conhecimento obtido; esta acrescida autonomia e especificidade tornaria o órgão mais eficaz. Por outro lado, o conhecimento e a vivência docente poderia ser obtida através do recrutamento (acesso à carreira de administrador escolar limitado aos docentes).
Não sei se já é o tempo para uma gestão profissional. Mas estou convencido de que esse tempo chegará (à medida que os problemas da gestão forem exigindo soluções mais ancoradas no conhecimento e menos na experiência lectiva).
José Matias Alves