Falta-me o ar…necessito respirar…necessito parar… e permanecer, do latim permanere, “continuar, aguentar, ficar até ao fim”…necessito do prefixo per-, “através”… necessito “ficar” - manere…necessito de me saber a mim, no meu silêncio… fechar a porta e olhar pela vidraça da janela que me devolve o meu reflexo…sim, és tu! Pudera eu trocar as voltas ao tempo e ousar gritar: “Não! Desta vez não!” Pudera eu pintar um outro espaço e ousar gritar: “E porque não aqui?” ou “Por aqui!” Nas exigências permanentes e constantes que me vão sendo feitas nesse mundo que é a escola, vou deixando partes de mim. Desgastando-me. Diluindo-me num turbilhão desenfreado de um aqui e agora e de um já. Porque tem de ser já. Porque o amanhã num instante se torna o agora e o hoje já passou. Porque a vida usurpou-me o direito de a viver; em vez disso, é ela que vive por mim! E o que é que fica? O que é que permanece? Onde mora a minha essência? Levantar de manhã e ter a esperança de conquistar um novo horizonte; fazer-me ao caminho e ansiar por um raio de sol; continuamente percorrer um trilho que se quer alegre e risonho… …e… …permanecer na eterna busca de mim. Paula Pessoa |
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AutorDiplomados e alunos da Católica Porto Educação Arquivos
August 2017
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