de uma organização. Fulan e Hargreaves distinguem um conjunto de práticas que contribuem para uma
mudança qualitativa e sustentada. De entre elas, destacam-se:
i) Compreensão da cultura de escola. Sem uma compreensão das normas, dos valores, das ideologias, das crenças, das disposições individuais e grupais dos membros de uma organização não há
desenvolvimento possível. Por isso, o primeiro passo é compreender, é analisar, é avaliar os dispositivos indutores de um reforço ou de uma mudança de cultura (melhor seria falar de
culturas). Porque sem pessoas não há desenvolvimento.
ii) Valorização dos professores e promoção do seu desenvolvimento profissional.
É evidente que os professores (e as professoras) não são os únicos elementos que são chamados a fazer a escola. Mas sem eles a escola não é possível (é óbvio que também não há escola sem alunos). Por isso tem de haver políticas e práticas de reconhecimento, estímulo e valorização da sua função e estatuto. Com exércitos desmoralizados não há general que vença uma qualquer batalha.
iii) Definição clara dos aspetos a valorizar. Isto é, não é sensato valorizar todas as práticas, todas as ações profissionais. O que é estratégico é valorizar as práticas que têm um impacto
directo nos modos de aprender dos alunos, na promoção das aprendizagens de todos os alunos. E tornar
claro o que é importante.
iv) Promoção da colaboração e não da cooptação. Uma política que promove a cooperação de um número cada vez mais alargado de membros de uma organização é sempre preferível à cooptação dos “amigos”. E é por norma mais eficaz valorizar o pensamento divergente, as vozes críticas que afirmam a
sua lealdade não a um chefe mas a um ideal de serviço.
v) Dar oportunidades e não ordens. Uma ordem é do domínio da sujeição. Uma criativos do que os escravos. Um líder também se distingue pela capacidade de emancipação.
vi) Estabelecimento de ligações mais significativas com o meio envolvente. Porque a escola carece de reforçar a sua dimensão de serviço público. De estar ao serviço das pessoas e das comunidades. De estar à escuta. E de ter o poder e os meios de responder aos pedidos. Porque um dos maiores problemas da escola pública é ser pouco pública, isto é, está mais ordenada para cumprir os ritos burocráticos do que para servir as pessoas e as comunidades.
Eis alguns caminhos que seria bom percorrer.